segunda-feira, 8 de junho de 2015

A sensibilidade do reino vegetal


        Plantas fingem doença e até criam insetos de mentira 

 
RIO - A princípio elas parecem pacatas, vulneráveis, expostas. Presas por raízes, as plantas seriam vítimas das larvas que ali pousassem, dependeriam da vontade de insetos para serem polinizadas, estariam sujeitas a toques indesejados... certo? Não para certas espécies. Milênios de evolução dotaram os vegetais de armas ainda não inteiramente conhecidas, tamanha é a sua inventividade. Uma planta pode fingir doença, esconder suas folhas do inimigo, e até iludir moscas que buscam sexo.
A fertilização é um dos principais motivadores das tramóias. Talvez a mais engenhosa seja a da orquídea Ophrys insectifera. Para aumentar as chances de que seus óvulos sejam fecundados, ela produz uma estrutura sobre suas plantas que, mesmo olhada de perto, é muito facilmente confundida com uma mosca. A estrutura, além disso, é perfumada - a Ophrys solta um aroma que imita o feromônio sexual das fêmeas. O inseto que der uma rasante ali, portanto, verá uma companheira preparada para o sexo.
- Quando chega à toda, a mosca já poliniza a flor. Só depois percebe que, na verdade, não havia inseto algum - conta Heleno Dias Ferreira, professor de botânica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás. - Todos os seres vivos são inteligentes, cada um à sua forma. Nós evoluímos usufruindo do poder de comunicação e da locomoção. As plantas demoraram milênios para adotar outras estratégias. Entre elas, fazer uma pétala parecer com uma fêmea.
Enquanto a orquídea luta por quem a fecunde, a planta de tabaco tenta selecionar melhor qual material reprodutivo recebe. Por suas folhas passam pássaros e insetos como formigas. O problema: nenhum deles é frequentador exclusivo - todos pulam de um indivíduo para outro.
O tabaco não quer saber dos restos da relação sexual na planta vizinha - levados involuntariamente por seus fecundadores. Como a visita não se limpa, ele desenvolveu um sistema de incompatibilidade: se o pólen de parentes próximos pousam ali, o tabaco o rejeita. De que forma? Os cientistas ainda não sabem. Mas a negativa tem sucesso inquestionável: afinal, uma mistura do material sexual de vegetais aparentados resultaria em uma espécie mais fraca.
Nem todas as plantas recorrem a artifícios frios como o tabaco e a orquídea. Outras lançam mão de táticas engenhosas apenas para fugir de pragas. É o caso da orelha-de-elefante Caladium steudneriifolium, vítima constante das larvas de mariposa. Uma vez libertas dos ovos, elas comem tudo o que veem pela frente.
Zelosa de suas folhas verdes e vistosas, a orelha-de-elefante tem uma estratégia para evitar que a mariposa deixe ali os seus ovos. Quando percebe a presença do inseto, a planta embranquece, o que a faz adquirir o aspecto de local recém-arrasado.
A mariposa sobrevoa a planta adoentada e não aprova o cenário. Para ela, quanto mais saudável for o local de sua desova, melhor. Assim, parte rumo a uma nova vítima. Logo após se afastar, a orelha-de-elefante readquire o ar saudável de outrora. Está livre da ameaça - ao menos até o próximo inseto.
- O reino vegetal é bem mais hostil do que pode parecer - sentencia Luiz Carlos Giordano , pesquisador da Curadoria de Coleções Vivas do Jardim Botânico do Rio. - Foi necessário criar artimanhas para garantir a sobrevivência. Vale a lei do mais forte.
Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução e íntimo dessas palavras, também daria a bênção ao maracujazeiro. Assim como a orelha-de-elefante, estas plantas, do gênero Passiflora, conseguem evitar visitas indesejáveis. Mas, como não sabem fingir doença, tiram outro truque da cartola.
O maracujazeiro, para não cumprir o papel de ninho de ovos de borboletas, ativa suas estípulas, uma estrutura que imita... ovos de borboletas. O inseto passa por ali e é enganado por aquela imitação. Fica com a impressão de que alguém da sua espécie chegou antes e já se instalou por ali. Como ele não gosta de competição, procura outro local para depositar sua carga.
A Mimosa pudica (conhecida como não-me-toque) não tem um inimigo específico. Borboletas, mariposas, até mesmo os homens - a planta quer se resguardar de todos. Mesmo um toque gentil a faz fechar rapidamente suas folhas pequenas e frágeis. Demora até meia hora para ela detectar que o perigo passou e, depois, abrir-se novamente.
O feijoeiro prefere o trabalho em equipe. Incapaz de defender-se sozinho de aracnídeos parasitas, o Phaseolus lunatus produz uma mistura de produtos químicos que atrai seus aliados - outros aracnídeos. A cavalaria, quando chega, devora a população inteira e protege a planta.
Há quem não tenha guarda-costas, mas não abra mão de se defender em grupo. Caso das plantas Artemisia tridentata, que, ao serem atacadas por insetos, lançam uma substância química para alertar suas vizinhas. Ao receberem o sinal de perigo, elas produzem seus próprios compostos para impedir que, depois, tornem-se elas as vítimas da infestação.
- Diversas espécies de plantas têm venenos na semente, na fruta ou no caule. É, também, um mecanismo de defesa - assinala Dias Ferreira, da UFGO. - Não deixa de ser uma compensação adquirida pela planta para a falta de locomoção.
Bioquímico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Rondônia (Embrapa), Cléberson de Freitas Fernandes estuda os mecanismos de defesa de plantas. Segundo ele, as reações são mais efetivas quando o ataque ocorre no interior do organismo, orquestrado, por exemplo, por fungos ou bactérias. Neste caso, o vegetal pode até lançar mão de um mecanismo conhecido como morte celular.
- É uma resposta hipersensitiva. A planta detecta o local onde houve a penetração do agente patogênico e aumentando a concentração de peróxido de hidrogênio para matar suas próprias células vizinhas - explica. - Dessa forma, o invasor não encontra tecido vivo para se alimentar.
Para dificultar o avanço dos micro-organismos, a planta também induz a formação de papilas, estruturas parecidas com blocos que são construídos na região atacada.
As agressões na região exterior - provocados por insetos e seus ovos - encontram resposta menos efetiva. E assim, a planta luta para que a invasão a deixe o mais rapidamente possível. Mesmo que, para isso, tenha de alterar a composição química de suas próprias folhas.
- O vegetal faz de tudo para dificultar a capacidade de digestão de um inseto invasor - anuncia Fernandes. - Este animal terá mais dificuldade em extrair os nutrientes da planta. Ela faz o possível para se tornar uma refeição menos rentável, de baixo retorno metabólico. Assim, quem se alimenta dela vai procurar algo que lhe dê mais energia.
Além da necessidade de compensar a falta de locomoção, outros fatores explicam por que cada planta teve de correr atrás de uma forma de se defender. A busca por uma melhor adaptação ao ambiente provocou uma série de especiações - fenômeno em que espécies de mesmo gênero passam por diferentes processos, culminando no surgimento de novas espécies.
- O isolamento geográfico contribuiu muito para a ocorrência de especiações - assinala Giordano. - A Indonésia, por exemplo, formada por diversas ilhas entre a Ásia e a Oceania, tem uma flora altamente diferenciada. Foi necessário que ela produzisse características específicas para se adaptar àquele meio.
Uma população de plantas, quando consegue se estabelecer, luta para manter o seu domínio. Giordano lembra uma espécie conhecida como maria-sem-vergonha (que, curiosamente, também atende por beijo-de-frade). O cultivo do vegetal, do gênero Impatiens, há tempos saiu do controle humano e tem espécies em, pelo menos, três continentes.
- As sementes se deram tão bem quando introduzidas em certos países que conseguiram se espalhar espontaneamente - conta. - Quando está em companhia de vários outros indivíduos da mesma espécie, ela forma uma sociedade e sua raiz cresce lentamente, conforme espalha-se ainda mais e ganha novos territórios.
Se o terreno cobiçado conta com outras plantas, a maria-sem-vergonha acelera sua dinâmica.
- Aí, o crescimento da raiz ocorre em maior velocidade. E, enquanto ela amadurece, nenhuma outra planta ao redor conseguirá aparecer.
Fonte: O Globo - 26/04/2011
Texto: Renato Grandelle

 

Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos... Atos são pássaros engaiolados... Sentimentos são pássaros em vôo..." (Mário Quintana)""Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos... Atos são pássaros engaiolados... Sentimentos são pássaros em vôo..." (Mário Quintana)"

 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Homeopatia Veterinária outra forma de curar

  
“Existem doentes  e não doenças” , dizia Hipocrates, Pai da Medicina (460 a 350 AC) e afirmava que existiam duas formas de curar: a cura pelos contrários(Crontraria Contrariis Curentur) e a cura pelos iguais (Similia Similibus curentur).
Da cura pelos contrários surgiu a alopatia do grego allos = contrario e phatia = doença, o tratamento das enfermidades tratadas com medicamentos contrários a ela, a dor , por exemplo,tratada com sedativos, a inflamação com antiinflamatório, a diarréia antidiarreico, tentando combater a doença. 
Da cura pelos iguais surgiu a homeopatia – palavra de origem grega: hómóios = semelhante e pathos = doença, significa doença ou sofrimento semelhante, ou seja, empregar na doença que se deseja curar o medicamento que é capaz de produzir uma doença artificial muito semelhante à doença natural.
A homeopatia foi concebida em 1796 pelo medico alemão Samuel Hahanenann, que não aceitava a medicina drástica da época, que usava como técnicas terapêuticas as sangrias, sanguessugas e administração de vomitivos, purgativos, suadores e outras técnicas que debilitavam ainda mais o paciente. Usavam o mesmo método de tratamento para todos os pacientes. Era a época das grandes epidemias que assolavam a Europa e a população tinha pouco expectativa de vida.
Hahnemann ficou 14 anos afastado da medicina, optando ganhar a vida com traduções de livros médicos. Quando traduzia a matéria médica que citava os efeitos terapêuticos da China officinalis ou quinina (casca de uma arvore nativa da região dos Andes, usada pelos índios da América do Sul, para tratar a malária ou febre intermitente), percebeu a semelhança entre os sintomas da doença a malaria e o sintomas da intoxicação pela China; então resolveu tomar, triturou e tomou o pó da casca da arvore, comprovando que os sintomas da intoxicação eram  os mesmos da doença.
Concluiu então que a quina era utilizada no tratamento da malaria porque possuía efeitos semelhantes em pessoas saudáveis. Animado com os resultados experimentou beladona, digitalis, mercúrio e outros medicamentos extraídos, dos três reinos da natureza: animal, vegetal e mineral. Iniciou a Experimentação, usando medicamentos em matéria ou substância bruta e percebeu que alguns pacientes desenvolviam quadros de intoxicação; então começou a fazer diluições e acima da CH 12 (Centesimal de Hahnemann) não tinha mais matéria e os experimentadores desenvolviam sinais e sintomas em outros níveis alem do material, os sentimentos, as emoções, as sensações e sonhos.
A Homeopatia vê o homem como uma unidade indivisível, formado de corpo, alma e princípio vital (tipo sutil de energia comum a todos os seres vivos, regula dinamicamente as sensações e funções do corpo e mantém suas partes em harmonia), ou seja, uma parte material visível e imaterial invisível.
A enfermidade é o desequilíbrio da energia vital que se manifesta por sinais e sintomas.  As lesões que se localizam em um órgão ou tecido, não são a enfermidade, mas efeitos da enfermidade. A enfermidade é entendida como uma manifestação da energia vital na tentativa de equilibrar-se através de febre, vômitos, diarréia, prurido, inquietude, etc.
O Veterinário Homeopata procura no seu paciente uma unidade, uma individualidade; busca encontrar correspondência em um medicamento que teve origem nos reinos da natureza, que diluído e dinamizado de acordo com a técnica farmacológica homeopática, libera a energia terapêutica, que estava latente na substancia bruta, passando a agir na energia vital do paciente através da similitude e levando a cura.  
 A Homeopatia possibilita ao Veterinário avaliar o paciente como um todo perceber onde está o desequilíbrio e porque ocorreu, uma visão eco-sistêmica, em rede, onde tudo está interligado e inter relacionado.
Não existe separação: compreendendo que tudo é uma rede de trocas com o meio onde vive e se relaciona, podemos melhorar a qualidade de vida de todas as espécies animais.
Os animais de companhia, por exemplo, que têm que se adaptar a viver em apartamento, dentro de um quadrado, sem acesso à natureza: se não podemos mudar essa realidade, podemos orientar o seu responsável a fazer passeios diários, brincar quando chegam a casa, e se possível, encontrar uma companhia, que nem precisa ser da mesma espécie.
Tobias é um cão srd, que vive em apartamento e ficava de 12 a 15 horas sozinho. Estava sem pelos nas patas dianteiras e traseiras, diagnosticada como dermatite atópica e lambia entre os dedos que ficavam em carne viva; mostrando pela simbologia da pele, que o que estava faltando para ele era o contato com o outro ser. Após tratamento homeopático, Tobias esta com pelo nas patas não agride seus dedos e convive com Chico  um gatinho adotado que se tornaram grandes companheiros.
Dra.Vânia Noureley Ayres da Silveira - Homeopatia e Acupuntura Veterinária 



Medicina Tradicional Chinesa e Acupuntura Veterinária


Perguntaram-me, porque é importante para o veterinário, estudar esta ciência tão antiga, e cada dia mais presente e necessária, sendo procurada pelos pacientes que não conseguiram o alivio que precisavam na medicina tradicional ocidental. Refletindo sobre isto, cheguei a conclusão:
É uma medicina, baseada fundamentalmente na observação de vários sinais e sintomas,mostrando o momento evolutivo da enfermidade de um paciente, por  qualquer forma de  tratamento utilizado. É também uma medicina preventiva, quando sabemos ler e ver esses sinais e sintomas em nossos pacientes, antes que a enfermidade se manifeste no plano funcional ou lesional ou seja está ainda no plano energético. Sou pediatra de primeira infância, onde a maioria de meus pacientes não pode falar o que sentem, mas com o choro, o isolamento, a falta de apetite ou a modificação nas evacuações etc.etc., são para mim de grande utilidade para entendê-los e saber o que esta  fazendo os sofrer. Penso que o mesmo acontece com os Veterinários, que tem essa mesma problemática com seus pacientes, que não falam das suas sensações, a forma da dor e como se irradia, dos sentimentos que os perturbam em relação a seu parceiro ou membros de sua família. Tem que se desenvolver a qualidade da observação do comportamento, dos sinais individuais e as características desses sinais que estão expressando muitas vezes com clareza a origem  do dinamismo vital alterado.  
Por outro lado, este pensamento, nos dá uma idéia unificadora e integradora do universo, e cada um dos seres que nele habita, de uma maneira simples podemos compreender as leis da natureza, a nós mesmos e o que precisam nossos pacientes nesse caminho da cura; é aplicada em muitos aspectos da vida. Além disso, nos ensina como intervir no campo energético de nossos pacientes, e ao fazê-lo estamos interagindo com o universo que se movimenta e desenvolve a nossa vida e a de nossos paciente e conseguimos isso com técnicas simples, manuais usando: agulhas, moxa ou fitoterápicos.     
E por ultimo, o que não é nada depreciativo, que a ação da acupuntura corretamente aplicada, seguindo as bases do pensamento filosófico ancestral chinês, e não fazendo somente como reflexoterapia; é de ação rápida, efetiva, de baixo custo e sem efeitos colaterais.
                    Dr. Raul Facal    Médico Homeopata e Acupunturista 
                                              Professor da Associacion Medica Argentina de Acupuntura
                                              Professor da Vetholos